Turismo Industrial: Fábrica-Museu Gorreana
11/06/25 18:44

Semeada desde 1750 na ilha de São Miguel, nos Açores, a Camellia Sinensis da família Theaceae (popularmente conhecida como chá-da-índia) está na origem dos chás verde e preto que encontraram neste lugar o ambiente ideal para florescer.
Dizem que as primeiras plantas da espécie chegaram pela primeira vez ao arquipélago dos Açores a bordo das naus que retornavam do oriente, e hoje estas são as únicas plantações de Camellia Sinensis conhecidas em toda a Europa.
Inóspito para pragas normais desta espécie de chá, o clima húmido e chuvoso que tempera o solo ácido e vulcânico da ilha de São Miguel é perfeito para o cultivo da planta que dá origem a estes chás verdes e pretos de qualidade superior: 100% orgânicos, sem herbicidas, sem pesticidas, sem fungicidas, sem corantes, nem conservantes, garantindo a essência do aroma original.
A diretora do Chá Gorreana, Madalena Mota, lembra a origem do negócio há 5 gerações, em 1883, quando a doença laranja estragou por completo os laranjais existentes na herdade.
Com o negócio da laranja destruído, a fundadora, Ermelinda da Câmara, investiu na plantação de chá nas partes altas da quinta. A fábrica Gorreana foi construída 6 anos mais tarde, em 1889, após a chegada de um conjunto de técnicos macaenses, com a ajuda da Sociedade Promotora de Agricultura Micaelense, para ensinar a produzir o chá.
A excelente preservação das instalações e processos tradicionais, fazem com que a fábrica seja hoje considerada um "museu vivo", sendo visitada anualmente por dezenas de milhares de turistas.
Neste lugar, o turista pode esperar uma experiência autêntica que combina história, tradição e produção agrícola, seja nos passeios pelos campos de chá, seja no contacto com a maquinaria centenária ainda em funcionamento.
Em 2022, a Fábrica Gorreana foi oficialmente integrada na Rota Europeia do Património Industrial (European Route of Industrial Heritage - ERIH), conforme indicado no site do Conselho da Europa. Esta integração reconhece a importância histórica e cultural da Gorreana no contexto do património industrial europeu.
Plantada numa paisagem natural deslumbrante, a Gorreana emerge no horizonte exuberante de São Miguel, como um complemento natural aos trilhos pedestres (PRC28 SMI) que por ali passam, atuando como uma pausa cultural para os visitantes provarem o chá e saborear a gastronomia típica açoriana, enquanto desfrutam da magnífica vista para as plantações e para o oceano Atlântico.
Ao oferecer provas de chá gratuitas, perfumadas pelo aroma dos campos de chá, a Gorreana apresenta-se como uma experiência sensorial completa — um ícone cultural, histórico e turístico da ilha de São Miguel. Muito mais do que apenas um local de produção agrícola, a fábrica de chá mais antiga da Europa tem um impacto profundo no turismo regional, patente na atração de visitantes nacionais e estrangeiros, na promoção do turismo sustentável e na valorização da identidade açoriana.
Promovendo um Turismo Sustentável e Ecológico, a marca Gorreana destaca-se por produzir chá sem a utilização de pesticidas nem herbicidas, atraindo desta forma um segmento de visitantes preocupados com o ambiente e o consumo responsável, promovendo o arquipélago como um destino de turismo ecológico.